segunda-feira, 3 de setembro de 2012

COLUNA 14 - por Delci Oliveira


A BOMBA DA PAZ

A bomba que sempre uso
Não explode e não abate,
Não faz estrondo – só ronca
A minha bomba de mate.

Plantada num campo verde,
Minifúndio de esperança,
Minha bomba mata a sede,
Vertical feito uma lança.

Relíquia minha, singela,
Presente do meu amor
Na cuia, quente carinho
Que é dela por onde eu for.

Palavra de outro sentido,
Diferente da que mata,
Revigora corpo e alma
A minha bomba de prata.

No ritual desde os índios,
De cevar-se o chimarrão,
Eu comparo bomba e cuia
A uma artéria e coração.

Se os chefes das nações
Mateassem na mesma bomba,
Riscaria os céus da Terra
A PAZ em forma de pomba.

(Juarez Machado de Farias)
Advogado, Poeta, Vereador
pelo Partido Socialista Brasileiro.



Um convite à reflexão (na hora do chimarrão)

Na campanha à eleição para a Prefeitura, no ano 2000, alguém atirou um ovo contra o candidato Laudelino Moura.
Houve quem achasse graça. Errado. Foi um atentado à civilidade e ao respeito. E abriu um precedente rasteiro e perigoso, que se repete e aumenta a cada nova eleição.
Desse jeito, Pinheiro Machado corre o risco de virar uma guerra de bugios. Sabemos bem que tipo de “arma” eles atiram uns nos outros.
Quinta-feira passada, um rojão atingiu o nosso ônibus. Menos mal que ninguém se feriu. Mas convenhamos, aonde vamos parar desse jeito?... Queremos exterminar os nossos “inimigos”?... Restabelecer a ditadura?...

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Conterrâneos cacimbinhenses! É hora de estabelecermos um armistício.
Vamos desarmar os espíritos. Quem sabe através da metáfora do chimarrão. Símbolo da paz e da fraternidade, exemplo para nossos filhos e netos.
Claro que não é possível fazer uma grande Mateada pacificadora, com um debate produtivo entre os candidatos, sobre o melhor destino para o nosso povo. Mas que todos possamos nos inspirar no poema ao lado, de um grande amigo nosso, natural de Piratini.

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